segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

É tempo de peixe

______________________________________________________________________________________________

Chega a quaresma e volta o costume milenar de se comer peixe. Antes tudo era feito reverenciando a religião, para respeitar o preceito de não se comer carne. Com o passar dos anos, a tradição religiosa, tornou-se um costume gastronômico.

Desde antes do descobrimento, nossos índios apreciavam o peixe em sua alimentação diária. Só que eles simplesmente assavam sobre a brasa, ou enrolado em folha de bananeira. Com a chegada dos europeus, muitas receitas foram sendo adaptadas com nossos peixes típicos. Outros peixes foram introduzidos e se tornaram muito apreciadas na mesa do brasileiro.

Nesta edição trazemos novas receitas para você apreciar, não só na quaresma, mas o ano todo.




TUCUNARÉ COM BRÓCOLIS

Ingredientes- Um tucunaré grande, sal, noz-moscada, limão, brócolis, alho amassado.

Como fazer- Tire os espinhos e a cabeça do tucunaré. Abra e tempere com a noz-moscada e o limão. Torne a passar o sal por fora do peixe. Coloque o tucunaré aberto na grelha e regue com azeite e deixe assar por quarenta minutos. À parte, numa panela, coloque o azeite, frite o sal amassado e refogue o brócolis. Coloque um pouco d’água, deixe amolecer e coloque por cima do peixe na hora de servir.

TUCUNARÉ ENSOPADO

Ingredientes- 2 kg de tucunaré picado, sal com alho, azeite, 4 cebolas cortadas em rodelas, 5 pimetões em fatias, 5 batatas cortadas em fatias de meio centímetro, 5 tomates em fatias, sem sementes, folhas de coentro, salsinha, cebolinha, pimenta-do-reino a gosto.

Como fazer- Primeiro retire todo espinho das postas de tucunaré, descartando a cabeça. Faça um molho com sal e alho, limão e a pimenta-do-reino e deixe o peixe marinando por meia hora. Numa panela grande grossa, unte com um pouco de azeite e forre com as rodelas de batata. Coloque uma camada de peixe, uma de cebola, outra de peixe, uma de tomate, outra de peixe, uma de pimentão, outra de peixe e feche com uma mistura dos ingredientes. Entre as camadas de peixe vá colocando o coentro e os cheiros verdes. Finalmente despeje o molho sobre tudo. Tampe e leve em fogo médio para cozinhar por meia hora. Sirva quente com arroz branco.

BAGRE COM PIRÃO

Ingredientes- 1kg de bagre limpo, 2 colheres (sopa) de azeite de oliva, 2 dentes de alho amassado, 1 cebola picada, 4 tomates grandes, sem sementes, picados, 1/2 xícara de salsinha, coentro, cebolinha verde e alfavaca picados, sal a gosto e 2 xícaras (chá) de água.

Como fazer- Corte o peixe em postas e reserve as cabeças para o pirão. Numa panela, coloque o azeite, o alho e a cebola e refogue. Acrescente o tomate, a as ervas, o sal e água e deixe ferver. Coloque as postas de peixe e cozinhe sem mexer, deixando até ficar macio. Coloque numa travessa e com o caldo faça um pirão com farinha de mandioca a gosto, colocando em volta das postas.

CUSCUZ DE PANELA

Ingredientes- 1 xícara (chá) de azeite de oliva, 1 cebola grande picada, 2 dentes de alho picado, 10 tomates maduros, sem sementes, picados, 2 xícaras (chá) de água, 1/2 kg de camarões pequenos limpos, sal a gosto, 2 colheres (sopa) de suco de limão, 1/2 kg de palmito picado, 200g de ervilha, 200 g de sardinha de lata, sem as espinhas, 7 xícaras (chá) de farinha de milho, 1/2 xícara (chá) de farinha de mandioca, 2 ovos cozidos, cortados em rodelas.

Como fazer- Numa panela grande, coloque o azeite, a cebola e o alho picado e refogue. Adicione os tomates e a água e deixe cozinhar até os tomates desmancharem. Acrescente os camarões e tempere com o sal a gosto e o suco de limão. Cozinhe tudo rapidamente, sem deixar secar. Junte o palmito, as ervilhas e as sardinhas. Misture e deixe aquecer. Aos poucos vá colocando as farinhas, mexendo sempre para não empelotar. Tire do fogo, unte uma forma redonda com azeite, decore o fundo e os lados com ovos, palmito, camarões, sardinha e tomate e coloque a massa. Deixe esfriar, desenforme num prato e sirva frio.

QUIBE CRU DE FILÉ DE TILAPIA

Ingredientes- 1kg de filé de tilápia, 1/2kg de trigo integral, 4 cebolas médias, pimenta síria a gosto, salsinha, limão, azeite e pétalas de cebola.

Como fazer- Deixe o trigo de molho por 1 hora.Passe os filés na máquina de moer, escorra o trigo e misture bem ao peixe. Junte os outros temperos e misture bem. Passe novamente na máquina de moer. Coloque numa travessa e regue com o limão, decorando com folhas de hortelã. Pode-se ainda fazer bolinhos e assar ou fritar os quibes.

Veja mais receitas no nos portal: TV CHÃO CAIPIRA.

Inté a próxima.
Link

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


A HISTÓRIA MILENAR DO MILHO

Os índios que aqui habitavam já usavam muito o cereal chamado por eles de “avati” e dele faziam a “acanijic” (canjica) e a pamuna (pamonha). Outro prato predileto dos índios era o “pixé”. Torrava-se o milho, descascava e depois socava em pilão.

Cristovão Colombo ficou estupefato quando conheceu o milho, único cereal encontrado nas novas terras. As espigas ainda verdes, com sal, eram colocadas na brasa, para serem assadas ou, em sua variedade de milho pipóca, os grãos eram jogados ao fogo e saboreados, depois de abertos e de soprados as cinzas que os cobriam. Uma tal delícia, que três séculos depois do descobrimento, o pintor Jean Baptiste Debret, que visitou o Brasil em 1816, não economizou elogios a seu respeito, e certamente exagerou ao dizer que “a pipóca era a maior contribuição brasilera à cozinha mundial”

Para muitos pesquisadores é originário da América, provavelmente da faixa tropical do hemisfério norte. Quando os Europeus chegaram já era cultivado da Argentina até o Canadá.Os descobridores levaram para a Europa, onde foi cultivado em jardins, até que seu valor alimentício tornou-se conhecido.

Atualmente é o terceiro cereal mais plantado no mundo, perdendo somente para o trigo e o arroz. O milho tem muitas variedades. Uma delas é o milho-doce, que devido às suas características não serve para fazer pamonha ou curau. Mas é bom para comer cozido. É o milho usado para os enlatados, que é uma variedade diferente.

PAMONHADA TEM HISTÓRIA

A Pamonhada Paraibuna tem mais história do que parece. Sua nova versão começou em 2000, no sítio do Seu Geraldo Alvarenga e D. Maria, no Bairro Capim D’Angola. A Pamonhada apenas firmou o costume da família, que todos os anos chamam os amigos para fazer as delícias de milho verde.

Mas a festança tem mais tempo. Em janeiro de 1976, durante a Festa de São Sebastião, foi feita uma pamonhada, na Rua do Meio, ao lado da então Padaria do Rubinho. E quem estava lá, na cabeça dos quitutes eram Seu Geraldo , D. Mria e seus filhos. Naquela época Seu Geraldo trabalhava profissionalmente fazendo as pamonhas e vendendo para os bares da Tamoios. Nesta primeira festa, o sufoco já foi grande para poder atender a todo mundo.

No ano seguinte com a criação da FAPAP, Feira Agropecuária do Alto-Paraíba, criou-se também a I Festa do Milho. Nos anos seguintes ainda aconteceram algumas festas autênticas, nos moldes criados na I FAPAP. Mas, aos poucos mudaram tudo e a idéia original ficou parada. Em 1993, durante a FAPAP, voltou-se o sistema típico, mas também não vingou nos anos seguintes.

Muitos anos depois ela está viva, como nunca e se tornando um dos eventos mais comentados fora de Paraibuna. Um fator principal para este sucesso é, sem dúvida, a participação da alma do povo na realização do evento. O trabalho desenvolvido pelos Vicentinos e Lar Vicentino é a mola mestra para o sucesso.

DELÍCIAS DO MILHO VERDE

As folhas começam a ficar amareladas. O cabelo da espiga está secando. Quando sai na mão, com um puxão leve, abre-se um pedaço da palha, e um aperto no grão do milho vai confirmar o ponto. Se o leite do milho espirrar, está no ponto, “tá granado”, como dizem os caipiras. Começa então o quebra-quebra. No bom sentido, é claro. É a quebra do milho verde, que vai direto para as cozinhas de nossos caipiras onde vão se transformar em muitas delícias, que vai desde uma simples espiga assada na brasa, passando pelas delicias das pamonhas, curaus, sucos, sopas chegando aos bolos.

O milho para cozinha, entretanto, tem que ser muito bem escolhido, pois o sabor tem que ser adocicado. Muitos milhos plantados nos dias de hoje, mais com o objetivo de alimentação de animais, não é o ideal para uso na cozinha.

Outro detalhe importante na cozinha do milho verde, é com relação ao tempo. O milho, é um dos alimentos que tem fermentação rápida. Por isso após o manuseio de preparação, o consumo tem que ser imediato. Mesmo na geladeira, o produto tende a fermentar provocando o azedamento.

Mas isso não é problema, pois tudo que se faz do milho verde é, na realidade devorado por todos rapidamente.

O RITO DA PAMONHADA

A própria colheita do milho verde, tem uma tradição no meio rural, como a primeira festa para comemorar a boa produção. Muitas famílias se reúnem, ainda até hoje, em torno da pamonhada, sempre convidando os vizinhos.

As pessoas se dividem em grupos para agilizar os trabalhos. Um grupo vai para a colheita esolher as espigas no ponto certo, isto é, “granadas” Depois todos se juntam para descascar e limpar as espigas. Outro grupo cuida de cortar as folhas de caetê e colocar de molho.

O trabalho duro é ralar as espigas, e raspar os sabugos. Uma pessoa prática adoça e enche as folhas, amarrando com pedaços de palha. No final o serviço do tacheiro, que numa água bem fervente, coloca as pamonhas, e cobre com os sabugos, para dar peso. Alí fica cozinhando por cerca de 40 minutos. Ao final, todos comem com um bom café e separam algumas para levar prá casa.







segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Café e Cia.

__________________________________________________________________


Ainda hoje, quando se chega na casa de um caboclo, a primeira coisa depois dos cumprimentos normais é o oferecimento de um cafezinho. E um café roceiro mesmo, daqueles bem fraco. O homem do campo não vive sem café, tornando-se sua principal bebida, com muitos apreciando-o até mesmo frio. Juntando o café e a facilidade de produtos como o fubá, a farinha e os polvilhos, as donas de casa acabaram criando uma infinidade de acompanhamentos. São bolos, bolinhos, broas, polentas e pães dos mais diversos. Detalhes a lembrar: as receitas usavam sempre a banha de porco, pois proporcionava mais firmeza na massa, e bicarbonato para crescer as massas, pois não havia ainda o fermento (que é feito do bicarbonato). Muitas dessas cozinheiras criaram pratos diferentes, usando produtos que estavam à sua volta, para facilitar o trabalho e também para enriquecer a alimentação da família.



Bolinho de Chuva
Ingredientes - 3 copos de fubá, 1/2 copo de trigo, 1/2 copo de polvilho azedo, 1 pitada de sal, 3/4 copo de açúcar, 1 colher (chá) bicarbonato, 2 ovos, 1 copo de leite,
Como fazer - Misture os ovos, o sal, o açúcar e o bicarbonato, batendo bem. Coloque então o fubá, o trigo e o polvilho misturando tudo. Com o leite, vá temperando a massa até dar ponto de fazer bolinhos com a colher. Frite em óleo quente.