segunda-feira, 23 de julho de 2012

CUMÊ DIVAGARINHO EM SÃO LUIZ DO PARAITINGA






O Instituto Chão Caipira foi criado há dois anos em Paraibuna pela família Faria, tendo como diretor cultural o pesquisador e culinarista João Rural. A entidade que é uma OSCIP, sem fins lucrativos, visa a pesquisa e difusão da cultura caipira em todo o Vale do Paraíba, 
 
O Instituto já conta com um portal na internet, a TV Chão Caipira, onde estão sendo postados materiais culturais do arquivo pessoal de João Rural. O culinarista pesquisa o Vale do Paraíba há mais de trinta anos e tem cinco livros lançados sobre a região e 5 sobre Paraibuna, onde vive.
O portal vai, a partir do próximo ano preparar novos materiais da região, cobrindo as festas e pesquisando a cultura regional.
  
CUMÊ DIVAGARINHO -
Este ano a entidade lançou o Movimento Cumê Divagarinho, com o objetivo de levantar os princípios da verdadeira cozinha caipira e seus pratos centenários. O movimento vai abrir espaço também para os cozinheiros, pesquisadores, amantes da boa comida e estudantes de gastronomia para pequenos cursos ou rodas de conversas sobre o assunto.
Para isto já está realizando palestras e cursos em várias cidades. Em primeiro de junho o movimento foi apresentado em São Paulo, durante a realização do Paladar - Cozinha do Brasil, onde João Rural levou o café com rapadura, o bolinho caipira e a farofa de içá.

PAIOL - 
 Entre as várias ações do Cumê Divagarinho será a busca e resgate de pratos antigos autênticos, ainda existente na região, pratos que estão sumindo e receitas esquecidas . Assim foi criado o Paiol da Sustância, como símbolo de se guardar as coisas para o futuro.
Em São Luiz do Paraitinga os primeiros pratos a serem outorgados com o título são o pastel de angú e o doce Pra Já da D. Cinira.

PASTEL -
 Uma tradição de várias cidades do Vale, mas que em São Luiz ganhou o nome de pastel de angú, sendo feito de farinha de milho e recheado de carne moída; Ainda pode ser encontrado no mercadão e em bares da cidade.

PRA JÁ -
 pra já é um doce relatado pela saudosa D. Cinira, em 1986, para o culinarista João Rural, que gravou a receita na época. O doce é simples e rápido, por isso o nome. É feito de rapadura derretida e ovos.
Informações


João Rural Tel. (12) 9763-2815

joaorural@bol.com.br
 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Paraibuna





Sabores bem bolado
Na beira da represa, onde pode-se passar o dia, tomando banho, velejando e, lógico, saboreando os pratos do local. O peixe frito vem primeiro, opção de muita gente que frequenta o local. Mas o Marcão, como bom caipira que é, não esqueceu de incluir no cardápio o frango caipira e a costelinha de porco. Pratos que são servidos somente nos finais de semana.
Bem Bolado – Rodovia dos Tamoios, km 45 + 5km (Comércio). Tel. (12) 3974-3537 




Nem só mandi
A beira do Rio Paraíba do Sul, um reduto para amantes da boa pescaria de barranco. Além de pescar, os visitantes podem saborear os peixes praparados no lugar. Tem como destaque a traíra em iscas, fritas no ponto. Serve ainda tilápia e lambari.
Pesqueiro Mandizeiro
Estrada do Comércio, km 4
Tel. (12) 3974-0466




Esperando com bons sabores
Um lugar que sempre teve o atrativo dos sabores. Antigamente era a parada de quem se dirigia ao litoral. Está ali a famosa frase “Nós que aqui estamos por Vós esperamos”. O pequeno bar que fez história é um dos redutos de sabores inusitados. Seu João comanda o bar e sua esposa Marlei prepara as delícias, que tem miúdos de frango, frango frito, joelho de porco,  peixe frito e o tradicional torresmo em tiras.
Bar do João Mineiro
Pça Prof. Benedito Mário Calazans, s/n.
Tel. 3974-3410

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Veja a participação do João Rural no Cozinhas do Brasil em São Paulo



Dia 1 de julho estivemos em São Paulo, de chapéu de palha e o fusquinha 
comandado pela Jéssica. Fomos participar do Cozinha Brasil, do caderno 
Paladar do jornal O Estado de São Paulo. Interessante a reação das pessoas 
com o assunto da cozinha caipira, muitas vezes dando uma conotação 
folclórica, deixando de lado a importância social do assunto.

No final, o que foi bom, foi o interesse de muita gente, de chefs locais 
e o interesse da editoria do próprio jornal que organizou o evento.

Veja nesta edição algumas reportagens e comentário publicados no caderno Paladar.








Durante muito tempo a vergonha foi um ingrediente tão importante na cozinha caipira quanto o queijo, a rapadura e a mandioca. “O paulista nega suas origens quase como uma vergonha”, discursou o chef Ivan Achcar. Sem saber o que disse o colega, o pesquisador João Rural bateu na mesma tecla: “A comida caipira precisa ser colocada no seu devido lugar. Todo mundo tem vergonha de falar que faz. Diz que faz comida gaúcha, mineira, paulista…”.

Há dez anos, quando João dava uma palestra sobre o assunto, não conseguia juntar dez pessoas. Este ano discursou durante uma hora para 90, e ficou mais meia hora autografando livros. Os chefs Ivan Achcar e Bella Masano assumiram suas porções caipiras e saíram em defesa do outrora renegado cuscuz paulista. Sim, houve um grande avanço – mas ainda falta.

Talvez o desafio atual dessa culinária de séculos ligada ao tropeirismo seja o de perder o complexo diante da mineira (sua filha). A cozinha caipira é um antepasto de espertezas: “O caipira não é burro – serve a comida no fogão porque sabe que, na mesa, vai esfriar”, afirmou João Rural, que há anos roda o Vale do Paraíba em seu fusca colhendo receitas e a tradição oral da culinária. “O sucesso da nossa gastronomia tá embaixo do nosso pé, ele tá na terra.” A cozinha caipira não precisa ser bonitinha nem folclórica, apenas ser angu, ser frango caipira, couve, cará e doce de leite. Pronunciar seus “erres” sem… vergonha.

A cozinha sertaneja enfrenta desafio parecido. É que o sertanejo e o caipira são irmãos distantes que não se falam muito, mas basta uma ligação telefônica para lembrarem o quanto são próximos. E esse entrecruzamento de arraigadas tradições brasileiras foi o alicerce de quatro aulas do 6.º Paladar – Cozinha do Brasil: Cozinha Caipira, de João Rural; Cozinha e Mesa Paulista, de Bella Masano e Ivan Achcar; Cozinha de Raiz do Sertão, de Ana Rita Suassuna; e Origem Sertaneja, de Rodrigo Oliveira e Wanderson Medeiros.
As coisas mais simples são mais difíceis porque requerem muito mais alma”, diz Ana Rita Suassuna,entre erudito e popular, entre o lírico e oreceitas. “Represento um bando de minoria: sou mulher, nordestina, sertaneja, velha e falo de comida de pobre”, disse, com “fibra de Maria Bonita”.

Rodrigo Oliveira e Wanderson Medeiros, chef do Picuí, em Maceió, tentavam explicar que o sertanejo é o essencial e que, para ele, ter já é fartura. Como exemplificou Ana Rita Suassuna com o ferro de passar queijo, “engomar” queijo não era o luxo que é engomar o jornal, e sim uma estratégia para fazer o alimento durar de um inverno a outro.

Rodrigo, acostumado a nadar contra a corrente (quebrou imperativos geográficos na Pauliceia), aproxima João Rural e Ana Suassuna: “O sertanejo e o caipira têm em comum o fato de fazerem uma grande cozinha com pouquíssima coisa em mãos. Nós não temos a diversidade da Amazônia”.

Sertão e roça


João não sabia nada sobre Ana Rita nem Ana Rita sobre João. Mas eles se cruzaram e começaram a conversar. “Você cozinha?” Ela disse que era “uma fazedora de comida doméstica; é no lar que a comida é legitimada”. João concordou. “Quando eu vou às casas das pessoas e observo o jeito como se põe a banha de porco na panela me sinto privilegiado.” João, que ouvira antes Ana falar em “comida de pobre”, engatou: “Conheci uma mulher do Vale do Ribeira que fazia pratos com banana e dizia que era ‘comida de pobre’. Comida de pobre, não, é a comida do futuro!” Ana Rita contou: “Tem um francês que me perguntou ontem ‘como é que uma coisa é tão gostosa e tão simples e não é conhecida?”




João Rural e seu chapéu (Foto: Amanda Nogueira)

Farofa de içá e bolinho caipira de farinha
branca (Foto: Amanda Nogueira)

Com fala mansa, em tom de conversa, ele deu uma aula sobre a cozinha caipira que conhece de perto. Vindo de Paraibuna, a “Paris” do Vale do Paraíba, o culinarista caipira – com muito orgulho, sim, senhor! – falou da importância de preservar as tradições e disse que a cozinha caipira está ganhando espaço ao lado de outras consagradas como a italiana e a mineira. “Eu esperava estar num lugar desses há muito tempo, finalmente está acontecendo”, contenta-se com o auditório de 90 pessoas que estavam interessadas em saber como separar a banha do porco e dessalgar carne seca, por exemplo.

Foi com os mais clássicos pratos da região do interior paulista que João Rural conquistou os presentes. O bolinho caipira de farinha de milho branca recheado com carne de linguiça, grande sucesso das quermesses regionais, se juntou no mesmo prato à farofa de içá e foi servido com café com rapadura.


A etiqueta é simples, mas importante: é preciso apreciar, cozinhar e comer com calma. “A maneira de cozinhar, o fogo, a consistência do alimento, o sabor real da comida caipira não é o mesmo com fogão à gás. A comida caipira é pra comer devagarinho”, ensina João. Caipira que é caipira não tem pressa, come os alimentos da época e não abusa dos temperos. Depois dessa aula, além dos gostinhos dos pratos típicos, ficou a vontade de desacelerar. 


 O interior chegou para conquistar a cidade grande no último dia da 6ª edição do Paladar – Cozinha do Brasil. João Rural veio com seu fusquinha, fez questão de desfilar com seu chapéu de palha e achou graça de quem o olhava curioso pelos corredores. Topou com a escritora Ana Rita Suassuna, sábia conhecedora da comida sertaneja nordestina que foi logo disparando: “eu também represento minorias, sou mulher, nordestina e sertaneja”. “E ainda tem alguns chefes que tratam nossa comida como folclore e não como costume social”, queixa-se João.













Joao Rural com seu fusca na frente do hotel Grand Hyatt,depois de sua palestra. Foto: Tiago Queiroz/AE

Em 2008, Madonna aterrissou no Grand Hyatt São Paulo em um Mercedes Benz CLS Wagon. Em 2010, Paul McCartney veio a bordo de um portentoso Audi Q7. Em 2012, João Rural chegou de chapéu de palha dirigindo um fusquinha 82. É com ele que o pesquisador percorre o Vale do Paraíba para pesquisar a cozinha caipira. Sabe como é que é, fuscas têm apelidos… “Não, o meu não tem, dar nome em fusca é bullying”, ri-se João, que, de partida, no fim do evento, entrou no banco do passageiro, pois quem dirige é Jéssica, sua assistente. “Ele queria cochilar após o almoço, mas eu tô com saudade dos meus cavalos.” Ela assumiu o volante. E pé na estrada.





Veja tambem :  http://calungacorderosa.blogspot.com.br/










segunda-feira, 2 de julho de 2012

UM CAIPIRA EM SÃO PAULO



Dia 1 de julho estivemos em São Paulo, a convite do caderno Paladar do jornal O Estado de São Paulo.  Fomos ao Cozinha do Brasil, representar a comida caipira do Vale do Paraíba, onde falamos sobre o valor do sabor caipira para uma sala com cerca de 100 pessoas, interessadas no assunto. Pra fechar o assunto todo, servimos para os paulistas boquiabertos, o café com rapadura, o bolinho caipira e a farofa de içá. Nem precisa comentar muito a reação de espanto. 

Aproveitamos pra lançar lá, o Movimento Cumê Divagarinho, que vai ser instalado em Paraibuna, pelo Instituto Chão Caipira, objetivando o engrandecimento da comida caipira.  



Veja nos link as matérias sobre o assunto 


 
http://blogs.estadao.com.br/paladar/cume-divagarinho/

http://blogs.estadao.com.br/paladar/video-joao-rural-faz-aula-reflexiva-sobre-cozinha-caipira/