terça-feira, 6 de setembro de 2011

Tira Gosto

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Bolinho Caipira vai bem como tira gosto


A origem do termo tira-gosto se perde na história. Tudo dependia da criatividade e dos ingredientes que cada um possuía. Muitos desses aperitivos se perderam na história, ou simplesmente foram relegados a segundo plano depois do surgimento dos petiscos modernos.
Quer seja numa simples cozinha caipira ou numa suntuosa cozinha das fazendas remanescentes do café, o tal de tira-gosto é figura marcante. Quem chega na hora das refeições diárias sempre é convidado pra saborear um petisco saído quentinho.
Pode começar por descer um pedaço de toucinho do fumeiro e transformá-lo num delicioso torresminho pururuca. E tem a linguicinha de porco, fina, defumada, pronta pra ser consumida. Em muitos lugares ainda tem as tripas de porco, que depois de fritas, viram iguaria das mais deliciosas. Em seu tempo, jogado nas cinzas, saem os pinhões torradinhos. E por falar em torradinho, tem sempre o amendoim, torrado na casca mesmo e também por entre as brasas.
E quando pipocam as pipocas, ou com um pouco mais de trabalho os bolinhos fritos. Pode ser de inhame, o tradicional caipira ou o bolinho de ovo. Sem falar da mandioquinha frita, amarelinha e sequinha.
E tudo isso pode vir acompanhado de um trago de uma boa cachaça, que é pra abrir o apetite.



Conversas acalorada elevaram um simples bolinho de farinha ao assunto mais comentado da cozinha caipira valeparaibana.
E, como sempre, as opiniões são de que sua origem é dessa ou daquela cidade. Definições que acabam se perdendo, pois todos querem dizer que fazem o melhor.
Deixando as divergências de lado, o bolinho pode ter nascido até por acaso. É sabido que nos séculos passados a escassez de alimento era notória. Então, alguém enjoado dos pirões de farinha, resolveu amassar um punhado e assar. Ficou bom. Depois resolveu fritar. Lógico que ficou melhor ainda.
Depois alguém resolveu colocar uns pedaços de carne no recheio, e o sabor melhorou. Ah! Linguiça de carne de porco, pois de boi quase não existia. Na quaresma, alguém resolveu colocar um peixinho por fora, pra atrair os que resguardavam o período.
Alguém resolveu colocar carne moída, quando chegou o gado no Vale. E outro alguém resolveu usar a farinha amarela, pois os primeiros bolinhos eram de farinha branca.
Quem veio primeiro: o bolinho de carne ou o de peixe? É melhor não esticar a prosa. Então, como tem muito “alguém” nesta história, o bolinho caipira é uma criação coletiva e, o principal, do nosso Vale do Paraíba.

Bolinho Caipira


Ingredientes - 2 xícaras (chá) de farinha de milho, 1 xícara (chá) de farinha de mandioca, 1/2 kg de carne de músculo de boi, sal com alho, cheiro verde, 3 limões, pimenta-do-reino, 1 colher (sopa) de sal.

Como fazer - Corte a carne em pedacinhos, refogue com os temperos e deixe cozinhar. Quando amolecer, separe o caldo e desfie a carne, misturando o cheiro verde bem picadinho e o caldo do limão. Numa bacia, misture bem a farinha de milho e a farinha de mandioca e coloque o caldo da carne aos poucos, mexendo até formar uma massa firme. Com a mão, enrole os bolinhos e coloque um pouco da carne como recheio. Frite em gordura bem quente.




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