segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


A HISTÓRIA MILENAR DO MILHO

Os índios que aqui habitavam já usavam muito o cereal chamado por eles de “avati” e dele faziam a “acanijic” (canjica) e a pamuna (pamonha). Outro prato predileto dos índios era o “pixé”. Torrava-se o milho, descascava e depois socava em pilão.

Cristovão Colombo ficou estupefato quando conheceu o milho, único cereal encontrado nas novas terras. As espigas ainda verdes, com sal, eram colocadas na brasa, para serem assadas ou, em sua variedade de milho pipóca, os grãos eram jogados ao fogo e saboreados, depois de abertos e de soprados as cinzas que os cobriam. Uma tal delícia, que três séculos depois do descobrimento, o pintor Jean Baptiste Debret, que visitou o Brasil em 1816, não economizou elogios a seu respeito, e certamente exagerou ao dizer que “a pipóca era a maior contribuição brasilera à cozinha mundial”

Para muitos pesquisadores é originário da América, provavelmente da faixa tropical do hemisfério norte. Quando os Europeus chegaram já era cultivado da Argentina até o Canadá.Os descobridores levaram para a Europa, onde foi cultivado em jardins, até que seu valor alimentício tornou-se conhecido.

Atualmente é o terceiro cereal mais plantado no mundo, perdendo somente para o trigo e o arroz. O milho tem muitas variedades. Uma delas é o milho-doce, que devido às suas características não serve para fazer pamonha ou curau. Mas é bom para comer cozido. É o milho usado para os enlatados, que é uma variedade diferente.

PAMONHADA TEM HISTÓRIA

A Pamonhada Paraibuna tem mais história do que parece. Sua nova versão começou em 2000, no sítio do Seu Geraldo Alvarenga e D. Maria, no Bairro Capim D’Angola. A Pamonhada apenas firmou o costume da família, que todos os anos chamam os amigos para fazer as delícias de milho verde.

Mas a festança tem mais tempo. Em janeiro de 1976, durante a Festa de São Sebastião, foi feita uma pamonhada, na Rua do Meio, ao lado da então Padaria do Rubinho. E quem estava lá, na cabeça dos quitutes eram Seu Geraldo , D. Mria e seus filhos. Naquela época Seu Geraldo trabalhava profissionalmente fazendo as pamonhas e vendendo para os bares da Tamoios. Nesta primeira festa, o sufoco já foi grande para poder atender a todo mundo.

No ano seguinte com a criação da FAPAP, Feira Agropecuária do Alto-Paraíba, criou-se também a I Festa do Milho. Nos anos seguintes ainda aconteceram algumas festas autênticas, nos moldes criados na I FAPAP. Mas, aos poucos mudaram tudo e a idéia original ficou parada. Em 1993, durante a FAPAP, voltou-se o sistema típico, mas também não vingou nos anos seguintes.

Muitos anos depois ela está viva, como nunca e se tornando um dos eventos mais comentados fora de Paraibuna. Um fator principal para este sucesso é, sem dúvida, a participação da alma do povo na realização do evento. O trabalho desenvolvido pelos Vicentinos e Lar Vicentino é a mola mestra para o sucesso.

DELÍCIAS DO MILHO VERDE

As folhas começam a ficar amareladas. O cabelo da espiga está secando. Quando sai na mão, com um puxão leve, abre-se um pedaço da palha, e um aperto no grão do milho vai confirmar o ponto. Se o leite do milho espirrar, está no ponto, “tá granado”, como dizem os caipiras. Começa então o quebra-quebra. No bom sentido, é claro. É a quebra do milho verde, que vai direto para as cozinhas de nossos caipiras onde vão se transformar em muitas delícias, que vai desde uma simples espiga assada na brasa, passando pelas delicias das pamonhas, curaus, sucos, sopas chegando aos bolos.

O milho para cozinha, entretanto, tem que ser muito bem escolhido, pois o sabor tem que ser adocicado. Muitos milhos plantados nos dias de hoje, mais com o objetivo de alimentação de animais, não é o ideal para uso na cozinha.

Outro detalhe importante na cozinha do milho verde, é com relação ao tempo. O milho, é um dos alimentos que tem fermentação rápida. Por isso após o manuseio de preparação, o consumo tem que ser imediato. Mesmo na geladeira, o produto tende a fermentar provocando o azedamento.

Mas isso não é problema, pois tudo que se faz do milho verde é, na realidade devorado por todos rapidamente.

O RITO DA PAMONHADA

A própria colheita do milho verde, tem uma tradição no meio rural, como a primeira festa para comemorar a boa produção. Muitas famílias se reúnem, ainda até hoje, em torno da pamonhada, sempre convidando os vizinhos.

As pessoas se dividem em grupos para agilizar os trabalhos. Um grupo vai para a colheita esolher as espigas no ponto certo, isto é, “granadas” Depois todos se juntam para descascar e limpar as espigas. Outro grupo cuida de cortar as folhas de caetê e colocar de molho.

O trabalho duro é ralar as espigas, e raspar os sabugos. Uma pessoa prática adoça e enche as folhas, amarrando com pedaços de palha. No final o serviço do tacheiro, que numa água bem fervente, coloca as pamonhas, e cobre com os sabugos, para dar peso. Alí fica cozinhando por cerca de 40 minutos. Ao final, todos comem com um bom café e separam algumas para levar prá casa.







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